O que é envelhecimento saudável segundo a OMS?

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O envelhecimento é um fenômeno natural que afeta todos os seres humanos. Com o tempo, ocorrem mudanças graduais na função celular, nos tecidos e nos sistemas corporais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), envelhecer de forma saudável não significa apenas evitar doenças. Envolve manter, durante a vida, capacidades físicas, cognitivas e sociais que permitam uma vida ativa.
Além disso, o conceito inclui participação social, preservação da autonomia e adaptação às mudanças. O foco vai além de parâmetros clínicos.
Portanto, envelhecimento saudável, na visão da OMS, é um estado dinâmico. Ele resulta da interação entre hábitos individuais, condições ambientais e acesso a cuidados de saúde adequados.

Definição da OMS sobre envelhecimento saudável

De acordo com a OMS em seu Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde, envelhecer de forma saudável significa preservar a capacidade funcional necessária para garantir o bem-estar da pessoa idosa.
Essa capacidade apresenta dimensões, como veremos a seguir. Elas incluem força física, habilidades cognitivas e bem-estar emocional. Além disso, envolvem aspectos psicológicos e sociais, como vínculos afetivos e participação comunitária.
Mesmo diante de doenças crônicas, é possível envelhecer de forma saudável. Isso acontece quando o indivíduo mantém autonomia, participa ativamente da sociedade e preserva qualidade de vida.
Assim, o conceito da OMS propõe uma mudança de perspectiva. Em vez de focar exclusivamente na ausência de doenças, valoriza-se a funcionalidade e a possibilidade de viver com propósito.

Envelhecimento Saudável é

“o processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar em idade avançada.” – OMS

Dimensões centrais do envelhecimento saudável

A OMS apresenta três pilares essenciais para compreender o envelhecimento saudável.

  • O primeiro é a capacidade intrínseca, que engloba atributos físicos e mentais, como força, equilíbrio, memória e estabilidade emocional.
  • O segundo é o ambiente, que inclui acessibilidade urbana, suporte social e políticas públicas. Esses fatores externos podem favorecer ou limitar o envelhecimento saudável.
  • O terceiro é a interação entre indivíduo e ambiente, determinando como as condições externas afetam a autonomia.

Portanto, mesmo com limitações físicas, um ambiente inclusivo e adaptado pode permitir a manutenção de uma vida ativa e engajada.

Fatores que influenciam a capacidade funcional

A capacidade funcional depende de múltiplos fatores biológicos, comportamentais e sociais.
No campo biológico, destacam-se a genética, o estado dos órgãos e a presença de doenças. Nos aspectos comportamentais, hábitos como dieta, atividade física, consumo de álcool e tabaco influenciam fortemente. Esses são os principais fatores a serem rastreados na população.
Já no contexto social, o apoio familiar, a rede de amigos e o acesso a serviços de saúde desempenham papel importante.
Segundo a OMS, intervenções preventivas em qualquer fase da vida podem preservar ou até melhorar essa capacidade.
Assim, mesmo em idades avançadas, é possível ganhar funcionalidade com medidas adequadas.

O papel da prevenção no envelhecimento saudável

A prevenção é central para o envelhecimento saudável. Estratégias como vacinação, controle da pressão arterial e prevenção de quedas têm impacto significativo.
Além disso, a prática regular de exercícios, aliada a uma alimentação equilibrada, ajuda a preservar força, equilíbrio e resistência.
A reabilitação também tem papel importante. Ela pode recuperar funções perdidas e ajudar na adaptação a limitações permanentes.
Dessa forma, a prevenção e a reabilitação formam um ciclo contínuo de cuidado.

Regeneração e manutenção da função

O envelhecimento reduz a capacidade regenerativa dos tecidos. As células-tronco adultas perdem eficiência e o reparo celular torna-se mais lento. De forma a contornar isso, existe uma proposta futura de usar as células tronco para reparar tecidos, uma frente de estudos científicos ainda em expansão. Leia mais sobre o tema em um outro artigo aqui em nosso site.

Pesquisas investigam formas de restaurar funções mesmo em idades avançadas. A OMS reconhece que a tecnologia pode ajudar, mas ressalta a importância de cuidados integrais.
Portanto, inovação e acompanhamento clínico devem caminhar juntos para resultados duradouros.

Importância da participação social

A saúde mental e emocional dependem também da participação social.
Envolver-se em atividades comunitárias, culturais ou de voluntariado fortalece vínculos afetivos e mantém o senso de propósito.
A OMS alerta que a falta de participação aumenta o risco de solidão e depressão.
Assim, criar oportunidades para o envolvimento social é essencial para qualquer política de envelhecimento saudável.

Autonomia e independência

Autonomia é a capacidade de tomar decisões próprias. Independência é realizar atividades sem depender de ajuda constante.
Ambas são metas centrais no envelhecimento saudável e podem ser preservadas com apoio adequado.
Adaptações no ambiente doméstico, uso de tecnologias assistivas e suporte multiprofissional são estratégias efetivas.
Com isso, é possível manter independência mesmo diante de limitações físicas ou cognitivas.

Estratégias propostas pela OMS

A OMS sugere ações como:

  • Incentivar hábitos saudáveis desde cedo.
  • Adaptar sistemas de saúde para cuidados prolongados.
  • Criar ambientes acessíveis e seguros.
  • Fortalecer redes de apoio social.
  • Combater o preconceito etário com educação e informação.

Essas estratégias, aplicadas em conjunto, aumentam as chances de um envelhecimento inclusivo e funcional.

A visão integrada do envelhecimento saudável

O conceito da OMS destaca que envelhecer bem não é apenas viver mais tempo.
O objetivo é viver com qualidade, autonomia e participação social.
Esse processo é dinâmico e influenciado por escolhas individuais e condições ambientais.
Assim, o envelhecimento saudável exige compromisso pessoal e políticas públicas adequadas.

Considerações finais

O envelhecimento saudável é construído ao longo da vida. Ele depende de hábitos saudáveis, ambiente favorável e acesso a cuidados de saúde.
Mais do que prolongar a vida, trata-se de manter dignidade, funcionalidade e integração social.
Portanto, investir no envelhecimento saudável é investir na qualidade de vida das próximas décadas.

Referências:

  1. World Health Organization. World report on ageing and health. Geneva: WHO; 2015. [link]
  2. Beard JR, Officer A, de Carvalho IA, et al. The World Report on Ageing and Health: a policy framework for healthy ageing. Lancet. 2016;387(10033):2145-2154.
  3. Fulop T, Larbi A, Witkowski JM, et al. Aging, frailty and age-related diseases. Biogerontology. 2010;11(5):547-563.

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